quinta-feira, 16 de outubro de 2014

                                        PENSAMENTOS

                                          (Dos ensinamentos de Jesus à Irmã Consolata) 


         Consolata, sabes que te amo! Vês? O meu Coração é divino, mas também é humano como oteu; por isso, tenho sede do teu amor, de todos os teus pensamentos; quero-os todos.
         Pensarei em tudo; e tu pensarás só em mim. Tenho sede do teu amor; por isso, nenhum pensamento, pois seriam espinhos na minha cabeça.
         Dá-me todas as tuas palavras, quero-as todas; quero um silencio contínuo, quero-te toda minha.
         Faz sempre silencio e sê avara até das palavras necessárias; em vez delas, dá um sorriso a todas e conserva sempre o teu rosto com um sorriso.
         Esquece tudo e todos, e pensa em amar-me cada vez mais, concentra todos os teus pensamentos, palpitações e silencio, nesta única coisa: amar.
         Diz adeus para sempre a todos os pensamentos e a todas as palavras. deixa que todos façam o que querem; se te mantiveres em mim , darás muito fruto porque agirei em ti.
         Que todo o teu cuidado seja estar bem unida à "videira", nunca te separando de "Jesus só" nem sequer com uma palavra não pedida.
         Repara, Consolata, os pensamentos que te surgem sem os quereres não são infidelidade.
         Deixo-te a luta contra os pensamentos inúteis, porque é meritório. Quando só se deseja amar, amar, tudo o que impede este amor torna-se meritório, percebeste?
         Permito esta luta atormentadora de pensamentos que te oprime porque me dá glória e almas. Oferece-me a cada instante - com um "Por ti e pelas almas!" - os pensamentos que não queres e que despomtam continuamente, desde que acordas até adormeceres, para te impedir de amar, que Eu transformo-os em graças e bênçãos de almas.
         Olha, o que o inimigo quer é impedir-te de fazer o acto de amor contínuo. Por isso, toda esta luta perturbadora de pensamentos. Qualquer pensamento - nem que seja bom - lhe basta, desde  que não me ames.
         A virgindade de mente torna-te bela e imaculada, o acto de amor contínuo (torna-te) ardente como te quero!
 "Jesus, Maria, amo-vos, 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

33. Porque se excluem também os pensamentos bons?

      1. Se, por exemplo, eu fixar o pensamento no meu futuro, poderei fazê-lo mesmo no bom sentido e esse pensamento será bom; mas, se eu, confiando em Jesus, consagrar o momento presente para pensar nele e para amá-lo, estarei a fazer uma coisa mais perfeita.
         2. Além desta razão, há outra que Jesus apresentava à Irmã Consolata: "Olha, mesmo nos pensamentos bons infiltram-se em ti algo de amor-próprio, de complacência contigo mesma, entram sempre e compreende-se que deturpem o acto de amor. Mas, se tu confiares cegamente que Eu penso e pensarei em tudo, nunca deixarás entrar nenhum e o teu acto de amor terá uma pureza virginal." Como se vê, trata-se de nuances de perfeição que só  as almas preparadas para a grande perfeição na vida de amor podem percebê-las.

34. Em que consiste o voto de amor virginal?

      O voto de amor virginal exigido por Jesus à Irmã Consolata consiste em obrigar-se a não admitir voluntariamente nenhum pensamento, palavra ou interesse inúteis, a fim de amar incessantemente e virginalmente.

35. O que implica este voto?

      Tudo o que dissemos acerca do voto de amor incessante (ver nº. 22)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

30. É possível a virgindade de amor?

      Devemos repetir aqui o que disse acerca da continuidade do acto de amor. O que conta diante de Deus é a boa vontade, é o esforço generoso e constante da alma. O resto, isto é, a sua obtenção, já não depende da alma, mas da graça divina que é dada à alma em diversas medidas, segundo designios que Deus tem para cada alma. Não seremos julgados por Deus pelo nosso "sucesso", mas pelo esforço que tivermos feito para tender para ele. Os pensamentos, as palavras e os interesses inúteis que a alma não quer, contra os quais combate, nada tiram à perfeição do amor, tornando-a até mais meritória diante de Deus.


31. Que relação há entre a virgindade de amor e o acto incessante de amor?

      As duas coisas ajudam-se e completam-se mutuamente, A virgindade de amor que combate os pensamentos, as palavras e os interesses inúteis é necessária para praticar o acto incessante de amor; por sua vez, o acto incessante de amor é um meio eficacíssimo para se conseguir a referida virgindade tríplice.


32. Que diferença há entre a "virgindade de amor" e a "virgindade do acto incessante de amor?

      Substancialmente é a mesma coisa. Contudo, Jesus, exige expressamente que a irmã Consolata pratique a "virgindade do incessante acto de amor": dá-lo incessantemente e dá-lo virginalmente puro, isto é, sem mistura de outros pensamentos, mesmos bons.




segunda-feira, 13 de outubro de 2014

                                                                           Capítulo III

                 Sobre a formula do incessante acto de amor

23. O que significa "virgindade de amor"?

      Pratica-se a virgindade de amor mantendo livre o espírito de tudo o que pode impedi-lo de se fixar em Deus para o amar.


24. Como se concretiza a virgindade de amor?

      Concretiza-se com uma tríplice virgindade de pensamentos, de palavra e de coração.

 25. Como se pratica a virgindade de pensamento?

      Pratica-se com o esforço da alma em não admitir voluntariamente nenhum pensamento inútil.

26. Quais são os pensamentos inúteis?

      1. São - na sua maioria - os pensamentos do passado (não podemos voltar atrás); os pensamentos sobre o futuro (que ainda não está nas nossas mãos); e, no momento presente todo o pensamento estranho ao dever actual, quando requer a aplicação da mente.
         2. São as preocupações de todos os géneros, voluntariamente admitidas ou prolongadas além do conveniente (18).
           3. São os ensinamentos da alma ao dobrar-se sobre si própria, tão facilmente admitidos e cultivados e tão prejudiciais ao se crescimento.

27. Como se pratica a virgindade da palavra?

      Pratica-se com a vigilância sobre nós próprios para evitar todas as palavras inúteis, isto é, não exigidas pelo dever, pela caridade ou pela conveniência(19).

28. Como se pratica a virgindade do coração?

      Pratica-se, esforçando-se por evitar coisas inúteis quer em relação aos acontecimentos do mundo (curiosidade, etc.) quer relativamente ao próximo (interessar-se por aquilo que não nos compete).

29. Qual é o fim deste tríplice virgindade?

      É sempre o mesmo: levar a alma à perfeição de amor. Os pensamentos, os interesses e as palavras inúteis, involuntariamente admitidos, são imperfeições de amor, são faltas à perfeita vida de amor. Se, no Evangelho, Jesus condena todas as palavras simplesmente ociosas, é porque são um defeito para a alma; e de facto, é porque lhe rouba instante preciosos que poderiam ser consagrados ao amor. 
                                        PENSAMENTOS

                                          (Dos ensinamentos de Jesus à Irmã Consolata) 


         Quero de ti um "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas" incessante, desde que acordes de manhã até adormeceres à noite. Se acreditares que sou omnipotente, então acredita, também que sou capaz de te dar este contínuo acto de amor. Pois eu quero!
         Ama-me continuamente, com coração de pedra ou de gelo não importa. Basta isso e depende de ti, de um contínuo acto de amor.
         Diz adeus para sempre a tudo o que é terra e criatura, e faz-te ao largo com o acto com o acto incessante de amor. Avança para as praias eternas!
         Gosto de ti assim: pequena, aniquilada, um nada, um contínuo acto de amor. Repara, cada um tem os seus gostos; os meus  são estes: pequenez, nulidade, aniquilamento, mas amor.
         Não importa que o demónio ou que as tuas paixões desencadeiem na tua alma todas as lutas possíveis. Não importam trovões, tempestades ou raios. Deve-se dizer a ti mesma: "Quero continuar sem medo o meu acto de amor de uma Comunhão à outra; é este o meu dever, o meu único dever." E em frente!
         O acto incessante de amor é a tua bandeira; defende-a diante do inimigo, mesmo que te custe a vida.
         Nada do que te distrai do acto incessante de amor vem de mim, vem do inimigo.
         Ama-me sempre, independentemente da luta e das inevitáveis quedas; esforça-te por não te deixares impressionar por uma queda, mas por continuar sem medo o teu acto de amor.~
         Faz o possível por me dar o incessante acto de amor, mas quando falar, Eu repararei. Não! Não temas porque Eu sou sempre bom.
         Julgas que não poderia conceder-te esta continuidade de amor! Olha que gosto de te ver lutar, cair e levantar; em suma, os teus esforços; de ver o que sabes fazer. E sabes quando gosto mais? Quando sem medo te levantas, indiferente a tudo, e continuas o teu acto de amor.
         Nunca me cansarei de te pedir o acto incessante de amor, porque é só isto que quero; que me ames, mais nada.
         Para que a tua fidelidade ao acto incessante de amor se torne heroica, tens de querer, querer com toda a força, querer heroicamente. 

domingo, 12 de outubro de 2014

21. Qual foi a continuidade de amor na Irmã Consolata?

        1. Nos primeiros anos, depois de Jesus lhe ter pedido o acto incessante de amor, foi a continuidade moral de vontade e de esforço, com um lento e progressivo aperfeiçoamento para eliminar todas as lacunas voluntárias de amor. Nos últimos dois anos, Jesus concedeu-lhe a graça da continuidade moral e efectiva, isto é, nunca perder voluntariamente um acto de amor de uma Comunhão à outra.
        2.  Isto relaciona-se com a parte activa da Irmã Consolata no exercício do acto incessante de amor. Além disso, acrescente-se que Jesus lhe concedeu o dom gratuito de transformar toda a sua vida num acto incessante de amor.


22. O que abrange o voto de a amor incessante?

        1. Com este voto, a alma obriga-se a não perder  voluntariamente um acto de amor de uma Comunhão até à outra.
        2. Sendo um dos votos mais difíceis, é necessário ter muito cuidado em fazê-lo ou permiti-lo às almas. É necessário que sejam almas de vida interior intensíssima, que já tenham experimentado durante muito tempo o exercício do incessante acto de amor em todas as condições de espírito que tenham praticamente atingido uma continuidade de amor moral de vontade e de esforço.
        3. Em todo o caso, será bom  que a alma não se vincule  imediatamente para sempre , mas vá  por etapas  sucessivas, e nunca por medo do pecado.

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17.  Cf. Mc 12, 28-231 e também Mt 5, 48: portanto , sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.

sábado, 11 de outubro de 2014

20. Assim entendida, a continuidade de amor faz parte da perfeição de amor a que estamos obrigados pelo primeiro mandamento?

        1. Deus não manda o impossível, mas o que é perfeito a sua lei só pode ser uma lei de perfeição. Por isso, se nos manda amá-lo com  todo o coração, é porque podemos amá-lo e devemos esforçar-nos por amá-lo assim; se nos manda amá-lo com toda a mente, com toda a alma e com todas as forças, é porque podemos fazê-lo e devemos esforçar-nos por fazê-lo (17).
        2. Portanto, o esforço da alma para estar unida a Deus, o mais possível com a mente e com o coração faz parte dessa perfeição de amor e constitui para ela um dever estrito, embora os meios para alcançar o fim não sejam iguais para todas as almas.
        3. Jesus sugeriu como meio à Irmã Consolata o incessante acto de amor. Portanto, quando Jesus pede à Irmã Consolata que se esforce por fazer da sua vida um acto incessante de amor virginal, só lhe pede a execução do que está implicitamente incluso no primeiro mandamento.
        4. Assim como o meio para atingir esta continuidade de amor pode variar de alma para alma, assim também pode variar de o grau de perfeição na continuidade de amor nas almas que são chamadas. O importante para a alma é que ela se empenhe com todo o seu esforço.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

19. Será possível a continuidade do acto de amor?

        1. A continuidade efectiva e absoluta que consiste em amar com amor actual, desde o acordar ao adormecer, sem nunca perder Deus de vista  com a mente - mesmo que por breves instantes - nem deixar de o amar com um amor sempre presente e também entre as ocupações mais empenhativas ou distrativas. Mas esta continuidade não é possível a uma criatura humana, sem um privilégio especial de Deus. Este privilégio foi concedido a Maria Santíssima que, mesmo na terra, amou a Deus com uma perfeição superior à dos próprios Serafins do Céu.
        2. A continuidade se amor moral e efectiva que consiste em não perder voluntariamente um só acto de amor, nos tempos em que o coração e a mente estão livres para amar. Mas nem esta continuidade é possível na terra, sem uma graça especial de Deus. O Senhor não está obrigado a no-la conceder; contudo, pode dá-la a uma alma, pelo menos ad tempus (temporariamente).
        3. A continuidade de amor moral, não efectiva mas voluntária e com esforço, isto é, esforçar-se por não perder voluntariamente um acto de amor, mesmo que não consiga, retomando-o sempre depois de alguma lacuna mais ou menos longa, causada por esquecimentos ou fragilidade. Com a ajuda de Deus, as almas de boa vontade podem praticar esta continuidade: trata-se precisamente da continuidade de amor que Jesus pediu às "Pequeníssimas"

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

                                                                       Capítulo III

                 Sobre a formula do incessante acto de amor


18. Como se deve entender a continuidade do acto de amor?

        1. Atende-nos às lições de Jesus à Irmã Consolata, a continuidade do acto de amor deve ser assim entendido: quando alguém ora ou medita; quando conversa por dever, por caridade ou por obediência; quando, por obrigação, se está empenhado em trabalhos que absorvam as suas faculdades interiores, o acto de amor contínua através da intenção. Jesus considera-o igualmente, embora naqueles momentos o coração seja obrigado a calar-se.
        2. Portanto, não se trata de sacrificar o dever ao amor (seria um contra-senso), mas de santificar o dever com o amor. Além disso, trata-se de valorizar para a eternidade os muitos minutos livres do dia que - as mais das vezes, por falta de vigilância ou de auto-domínio - se perdem em distracções ou pensamentos ou conversas inúteis. Cada instante da nossa vida terreno é um dom de Deus e contém em si um inestimável valor de eternidade. Então, porque motivo se haveria de perder voluntariamente um só que fosse? O acto de amor é uma grande ajuda para valorizar cada pedacinho de tempo livre.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

                                        PENSAMENTOS

                                          (Dos ensinamentos de Jesus à Irmã Consolata) 


     " Consolata, fixa-te num contínuo "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas". Olha, é o único propósito que te dá a força de responderes "sim" a cada um dos meus pedidos de sacrifício.
     Porque é que não te permito muitas orações vocais? Porque o acto de amor é mais fecundo. Um "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas" repara por mil blasfémias
     Diz-me, que oração mais bela me poderás fazer? "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas": amor e almas, o que queres de mais belo?
     Consolata, prometo que te farei subir a todos os cumes de amor e de dor; e tu"Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas", nada mais.
     Lembra-te de que um único acto de amor decide a salvação eterna de uma alma; por isso, deves ter remorso de perder um só que seja: "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas".
     "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas" compreende tudo: as almas do Purgatório, como as da Igreja militante; a alma inocente e a culpada; os moribundos, os ateus, etc.; todas as almas.
     O acto incessante de amor contém todos os teus propósitos, se cumprires este, cumprirás todos os outros.
     Vive aniquilada e encerrada num só e contínuo "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas" e basta. Para ti, não existe mais nada nem ninguém, só o acto de amor.
     Segue-me com o acto incessante de amor dia a dia, hora a hora, minuto a minuto. Eu tratarei e providenciarei de tudo o resto.
     Sabes qual é a tua cruz? Não perder um acto de amor...
     Amo-te e esta cruz que pouso nos teus ombros aniquila tudo em ti e leva-te à estrita observância de cada ponto da Regra, das Constituições e do directório.
     Enquanto estiveres em mim com o acto contínuo de amor, viveras uma maravilhosa, divina.
     Se uma criatura de boa vontade me quiser amar e fazer da sua vida um só acto de amor (com o coração, entender-se), desde que se levanta até que se deita, Eu farei loucuras por ela. Escreve isso!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

15. A unicidade da fórmula não gera monotonia?

     Cada alma é livre de seguir as suas inclinações do seu espírito para avançar na perfeição do amor. No entanto, parece-nos:

       1. Que é menos cansativo para o espírito servir-se de uma única fórmula do que de muitas diferentes.
       2. Que é também mais vantajoso para a alma, por mais facilmente ganhar ganhar habito do acto de amor.
       3. Em todo o caso, a monotonia nada tira à perfeição do amor nem ao valor do acto de amor; torna-o mais meritório pelo maior esforço que, neste caso, requer. Aliás, a repetição da mesma oração na reza do Terço também pode gerar, em determinadas condições de espírito, um pouco de monotonia, mas não é por isso que o Santo Rosário é menos recomendado.


16. Que dizer da fórmula em relação ao exercício do incessante acto de amor?

     1. A fórmula serve simplesmente para concentrar a mente, à vontade e o coração no perfeito amor e no objecto do mesmo Jesus, Maria e as alma. O fim é a vida de amor, a intimidade de amor com jesus; o meio é o acto incessante de amor; a fórmula é a ajuda de que a alma se serve para utilizar este meio e o atingir ao fim.
      2. Tratando-se um ato de amor e não de uma jaculatória, não é necessário pronunciar a fórmula com os lábios. O acto de amor é um acto interior: da vontade que quer amar, da mente que pensa em amar e do coração que ama.
      3. Portanto, deve-se ter cuidado para não se transformar o exercício do incessante acto de amor na repetição mecânica de uma fórmula. O incessante acto de amor, embora fixado em fórmula, deverá ser  uma contínua, silenciosa e ardente efusão de amor e de caridade.
      4. Em certos momentos, especialmente quando o espírito é avassalado pela luta ou oprimido pela aridez, pelo tédio, etc., poderá ser útil pronunciar com os lábios a fórmula do acto de amor.


17. Que relação existe entre a fórmula do incessante acto de amor e as jaculatórias que obtêm indulgencias?


     1. A fórmula "Jesus, Maria, amo-vos, salvai almas" também tem uma indulgência reconhecida pela Igreja (16) . Neste caso , porém, ela torna-se jaculatória e deve ser pronunciado com os lábios.
       2. Pelo contrário, de per si, acto interno de amor perfeito não pode ficar sujeito a esse reconhecimento oficial, por ser - já de si  - a indulgência das indulgências, como jesus explicava à Irmã Consolata e como vimos, seguindo o ensino da Igreja sobre o valor do acto de amor perfeito.

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16. Com 300 dias de indulgências, concedida pelo cardeal M. Fossati,  Arcebispo de Turim.

domingo, 5 de outubro de 2014

                Sobre a formula do incessante acto de amor


11. Qual é a fórmula do incessante acto de amor?

         A fórmula do incessante acto de amor ditada por Jesus à Irmão Consulata Betrone é a seguinte:
Jesus, Maria, amo-vos, Salvai almas.

12. Parqué uma fórmula?

     Porque é próprio da nossa natureza resumir e exprimir, numa fórmula, os sentimentos da alma. Isso nos confirma toda a Liturgia da Igreja e a análise de muitas orações e jaculatórias. Aliás, não é o que nos diz a Sagrada  Escritura mostrando-nos os Bem-aventurados do Céu (Ap 4,6) e os próprios Espíritos celestes (Is. 6,3) a exprimir o seu amor, repetindo incessantemente: Santo, Santo, santo, Senhor Deus dos exércitos?

13. Qual é o valor intrínseco desta fórmula?

     1. Exprime um acto de perfeito e puro amor, como já se explicou.
       2. Une com o amor a Jesus (e, por Jesus, ao Pai Divino), o amor a Maria Santíssima.
       3. Une ao amor a Deus a caridade com o próximo, orando a favor de todas as almas. Por isso, contém não só um acto de perfeito amor, mas também de caridade perfeita. E no amor e na caridade está toda a lei.

14. qual é o valor extrínseco desta fórmula?

       O valor extrínseco consiste nisto: vem directamente de Jesus que lhe deu uma bênção e uma eficácia especiais, segundo as promessas que fez à Irmã Consolata Betrone.


sábado, 4 de outubro de 2014

                                     PENSAMENTOS

                                          (Dos ensinamentos de Jesus à Irmã Consolata) 


     " Consolata, diz ao mundo quanto Eu sou bom e materno, e que, em troca, só espero amor das minhas criaturas. Tanto hoje como ontem, só peço e pedirei amor às pobres criaturas. Oh! Se pudesse descer a cada coração e derramar em torrentes as ternuras do meu coração!
      Ensaio por ser servido pelas minhas criaturas por amor. E não que evitem a culpa por medo dos meus castigos. Quero ser amado, quero o amor das minhas criaturas; e quando me amarem, não me ofendam mais.
     Ama-me, Consolata, ama-me somente; no amor está tudo. Quando me amas, dá a Jesus tudo o que Ele deseja das suas criaturas: o amor!
     Só o amor divino pode fazer de apóstatas, apóstolos; de de lírios sujos, lírios imaculados; de repugnantes pecadores cheios de vícios, troféus de misericórdia!
     Põe toda a atenção no dever de cada momento para realizá-lo com todo o amor possível. Quanto mais valor tiverem as tuas acções tanto mais crescerás no amor.
     Transforma em rosinhas todas as coisas aborrecidas que encontrares no caminho; apanha-as com amor e oferece-mas com amor. Eu gosto muito do que me oferecem; fá-lo com todo o amor possível; e, então, todos os vossos pequenos nadas se tornarão preciosos para mim.
     Consolata, diz às almas que prefiro um acto de amor e uma comunhão de amor a qualquer outro dom que me possam oferecer. Sim, um acto de de amor a uma disciplina, porque tenho sede de amor.
     Consolata, escreve - porque to imponho por obediência - que Eu criaria o Paraíso em troca de um acto de amor.
    Ama-me, Consolata; quanto mais me amares, mais santa te tornarás. Lembra-te de que o amor e só o amor te levará vitoriosa a todos os cumes.
    Ama-me e serás feliz, e tanto mais feliz quanto mais me amares. Oh! Se me amares, quanta felicidade reinará no mundo que é tão infeliz!"
10. O que se afirmou vale para todos os cristãos?


        Sim, porque todos os cristãos estão obrigados a tender para a perfeição da caridade exigida pelo primeiro mandamento. Além disso, em determinados aspectos, a prática do acto de amor está mais adaptada aos leigos e às religiosas de vida activa do que às claustrais. De facto, estas são como que levadas à união incessante com Deus, pelo ambiente e pela sua vida de oração; ao passo que se torna muito difícil às religiosas de vida e ainda mais aos leigos, em virtude da multiplicidade e da natureza das ocupações diárias e as muitas preocupações de ordem material; além disso, nem sempre lhes é possível ter muito tempo para a oração.
         Um acto de amor faz-se rapidamente, não exige nenhum esforço, não interrompe a actividade externa e até a vivifica e santifica para a eternidade; e a alma - ao habituar-se pouco a pouco - pode alcançar uma união com Deus cada vez mais íntima até se tornar com o tempo moralmente incessante.
          Isto explica o facto de o ensino sobre o incessante acto de amor, manifestado por Jesus à Irmã Consolata Betrone e difundida através do livro O Coração de Jesus ao Mundo, ter encontrado nos fieis uma adesão não menor do que entre as pessoas consagradas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

9. É suficiente fazer a intenção no início do dia?

    Isso apenas basta para dar valor sobrenatural às acções do dia, mas não para atingir a plenitude de vida sobrenatural ou divina que Jesus nos mereceu e quer em nós (14). Por outras palavras e para melhor desenvolver este conceito:



      1. A intenção feita de manhã pode facilmente ser comprometida durante o dia por outras intenções menos perfeitas. A repetição frequente de actos de amor perfeito protege-nos deste perigo.

      2. O amor actual é mais perfeito do que o simplesmente habitual e, portanto, valoriza mais a nossa vida espiritual.
      3. Realizando frequentes actos de amor perfeito, alimentamos e aperfeiçoamos da melhor maneira a nossa vida interior - isto é, a verdadeira vida da alma -, evitando a distração espiritual que rouba um tempo preciosíssimo para a eternidade.
      4. Amar a  Deus com um amor actual, na medida em que cada um pode, faz parte - como que o próprio Deus quer ser amado por nós e que está expressa no primeiro mandamento (15).
      5. Realizar frequentes actos de amor ajuda a corresponder ao outro preceito divino que indica a "obrigação de orar sempre, sem desfalecer" (Lc 18, 1), repetido por São Paulo: "Orai sem cessar" (1 Ts 5, 17). O acto de amor é não só a oração mais exelente, mas também - por ser breve, fácil e apenas interior - facilita admiravelmente o cumprimento deste mandamento, sem cansar excessivamente o espírito com a multiplicidade ou a complexidade das fórmulas.


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      .   14. Cf.  Jo 10, 10: "Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância.

          15. São Tomás ensina que a caridade é perfeita "quando se ama o mais que se pode". O preceito do amor não tem limites; 
                manda- nos crescer cada vez mais no amor. Deus - que é o Bem Infinito - merece ser amado sem medida.
8. É útil multiplicar os actos de amor perfeito?

    Para a alma, é coisa santa e utilíssima, a fim de:
      1. Cumprir o primeiro grande mandamento em toda a sua perfeição.
      2. Exercitar, desenvolver e aperfeiçoar em nós a virtude teologal da caridade, para com ela desenvolver e aperfeiçoar  todas as outras virtudes.
        3. Ajudar-nos a pôr em prática a pureza de intenção em todas as nossas acções.
      4. Aumentar o valor sobrenatural das nossas acções, ampliando em nós a graça santificante (13)
      5. Aumentar o fervor dos nossos exercícios de piedade e até substituí-los quando nos são impedidos.
      6. Ajudar-nos a valorizar ao máximo - para a glória de Deus, para a nossa santificação e para a salvação das almas - cada instante desta curta vida na terra.
      7. Tornar mais fácil a transformação da nossa morte num holocausto de amor, depois de ter feito da nossa vida um sacrifício de amor.

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        13 . O amor amplia a graça e a graça aumenta o amor. Quanto mais amamos, mais nos tornamos capazes de amar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

7. De quantas maneiras podemos fazer actos de amor perfeito?

      1. Fazendo todas as coisas - mesmo as mais humildes e as que, em si próprias, são indiferentes como comer, beber e dormir - para mostrar a Deus o nosso amor (12).
      2. Suportando por amor a Deus os pequenos ou grandes sofrimentos de cada dia e oferecendo-lhe com amor os pequenos sacrifícios do dever quotidiano.
      3. Repetindo durante o dia os actos de perfeito amor, tanto os internos como os externos (por exemplo, jaculatórias), desde que sejam sempre vivificados pelo amor interior.


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12.  Cf. Cor 10, 31: " Portanto, quer comais quer bebais, quer  façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus".
6. O "sensível" entra na perfeição do acto de amor?

      O "sensível" não é necessário à perfeição do amor. Posso amar a Deus com um amor perfeito e intensíssimo mesmo com a aridez no coração e, até, sentindo desgosto e repugnância. Para amar a Deus com um amor perfeito basta querer amá-lo assim. Nestes casos, o acto de amor pode ser mais puro, mais generoso e, portanto, mais agradável a Deus e, por isso, mais meritório.



5. Podemos fazer um acto perfeito de amor, apenas com as nossas forças?

      Como para todos os actos sobrenaturais, também para fazer um acto de amor perfeito é necessário a ajuda da graça, que Deus nunca recusa a quem quer amá-lo, tendo Ele feito do amor um mandamento para todos (11).


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11.  Cf. Jo 15, 12: " É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei". 
4. É possível fazer actos de amor perfeito?

      1. Não só é possível, porque representam o desenvolvimento normal do amor de amizade com Deus, mas, quando a alma atingiu este grau, é-lhe fácil, sendo como que uma maior respiração do coração.
      2. O acto de amor perfeito, mesmo nos graus inicial e progressivo, facilita o afastamento do pecado e o exercício das virtudes, porque evoca continuamente e faz experimentar intimamente a causa suprema do amor que é a infinita Bondade de Deus.
     3. Quando digo "Jesus, amo-te" e nas dificuldades que encontro ou nas  canseiras que experimento, entendo exprimir-lhe a minha dedicação porque Ele é digno de ser amado, honrado e fielmente servido, realizo um acto de amor perfeito. A oração do Acto de caridade exprime um acto de amor perfeito (10).

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10. Acto de Caridade: " Meu Deus, amo-Vos de todo o meu coração, porque sois infinitamente bom e por amor de Vós amo o próximo como a mim mesmo".
3. Qual é o valor de um acto de amor perfeito?

      1. O amor perfeito é aquele pelo qual se ama Deus por si mesmo e goza dele. Este grau de perfeição no amor é precedido por outros dois que são: o amor inicial e o amor progressivo. O amor inicial, procurando sobretudo evitar o pecado e resistir às suas atrações, sente mais os motivos do santo temor de Deus; o amor progressivo exerce-se sobretudo nas virtudes e, no seu empenhamento, é apoiado pela esperança do prémio (9).
        2. No desenvolvimento normal do amor, todos estes motivos, se ligam harmoniosamente e a alma, acolhendo os benefícios divinos, abre-se finalmente ao amor perfeito com que o Doador é amado por si mesmo..
      3. Este amor puro e perfeito é activo na virtude e vigilante pela glória de Deus.



9. Nesta distinção dos graus de perfeição do amor, correspondem três etapas do itinerário espiritual: ínício, meio e fim do movimento espiritual. Os incipientes ou principiantes são aqueles que empreendem deliberadamente a vida interior com um desejo de uma vida cristã integral e uma perfeição mais alta. Os proficientes tendem com fervor em fazer com que o progresso se torne contínuo. Procuram a conformidade com Cristo. Os perfeitos vivem num estado em cujas condições para um congresso contínuo são possuidas de modo estável. Tendem para a plenitude da vida no Espírito com a caridade heroíca. Cf. CH. A. BERNARD, op. cit., pp. 487-491.
2. Qual é o valor de um acto de amor perfeito?

      1. O acto de perfeito amor de Deus reconcilia imediatamente a alma com Deus, até a mais carregada de pecados graves, mesmo antes da absolvição sacramental, desde que tenha vontade de se confessar (5).
        2. Por maioria de razão, o acto de amor perfeito nos purifica dos pecados leves (6).
      3. Depois de uma culpa grave, o acto de amor perfeito (acompanhado da vontade de se confessar) pode devolver-nos imediatamente com a graça santificante, os nossos méritos que tinham sido perdidos e permite-nos adquirir novos, o que não poderíamos fazer, mesmo com as nossas obras boas, enquanto estivéssemos em estado de pecado.
      4. O acto de amor perfeito, como qualquer acto sobrenatural, diminui as penas do Purgatório e também pode obter a remissão completa, se for realizado com um fervor e uma perfeição cuja medida só o Senhor pode conhecer (7).
      5. Cada acto de amor perfeito desenvolve cada vez mais um estado de união entre Deus e a alma e, portanto, a vida divina na alma (8)
        6. Tanto cada acto de amor perfeito, como qualquer acção sobrenatural, provoca um aumento de graça santificante. Por outro lado, isto valoriza cada vez mais todas as nossas acções e, além disso, alcança-nos um aumento de glória eterna no Céu.

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      5. Cf CONCILIO DE TRENTO, Secção XVI, cap. IV.
      6. Cf 1Pd 4,8: "O amor cobre a multidão dos pecados."
      7.Cf  SÃO TOMÁS DE AQUINO, Summa Theologica, Suppl. q.5. art. 2,3.
        8.Cf 1Cor 6, 17: "Quem se une ao Senhor forma com Ele um só Espírito." É precisamente o amor que nos une ao senhor como explica São Tomás: "O amor faz com que o homem se ofereça a Deus, aderindo a Ele com uma certa união de espírito" (STh., ibidem).
        

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

1. Em que consiste o primado do acto de amor?

                                                                                         Capitulo I

O ACTO DE AMOR E OS ACTOS DE AMOR

1. Em que consiste o primado do acto de amor?
      1. O acto de amor participa da proeminência soberana da virtude teologal da caridade, rainha de todas as virtudes enquanto sustenta, vivifica e aperfeiçoa todas as outras (1). A fé e a esperança são irmãs da caridade mas acabam à porta da eternidade, porque a fé é sustituida pela visão e a esperança pela posse; só o amor entra e alcança a plenitude no Céu (2).
      2. O acto de amor é também o mais santificante, porque mais directamente e mais intimamente nos une a Deus, santidade infinita (3).
        3. Pelo mesmo motivo, o acto de amor é também o mais apostolicamente fecundo em ordem à salvação das almas (4)

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        1 . Cf. SAO GREGÓRIO MAGNO, Hom. XXVI: PL 76, 1204-1210: " Como os ramos de uma árvore procedem todos de uma só raiz, assim também todas as virtudes são geradas pelo amor."
        2. Cf. 1Cor 13, 8.13: "O amor jamais passará. Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor, mas a maior de todas é o amor." 2Cor 5,7: "(Agora) Caminhamos pela fé e não pela visão." Rm 5,2: "Gloriamo-nos na esperança da glória de Deus." Hb 11,1 "Ora a fé é garantida das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêem." No seu livro II Padre, F. X. Durrwell escreve assim: "Seja como for, as três virtudes permanecem e não apenas a caridade. A caridade é a maior das três, porque contém as outras; mas, um dia, absorvê-las-á sem, contudo, as suprimir. A fé atingirá a perfeição do seu acolhimento do dom de Deus, e a esperança será fixada para sempre no cume do desejo satisfeito" (Ibid., E. Città Nuova, Roma 1995, p. 100, nº 52). Cf. também: CH. A. BERNARD, Teologia Spirituale, Ed. San Paolo, Milão 1997, pp. 142-163.
       3. Cf. Jo 12, 23: "Se alguém me tem amor, há-de quardar a minha palavra; e o meu Pai o amará e Nós viremos a ele e nele faremos morada." 1Jo 4, 16: "Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele."
       4. Cf. Jo 15,5: "Quem permanece em mim e Eu nele dá muito fruto." Trata-se das "obras dignas da conversão"(Lc 3,4) que obtém ou produzem a graça em si mesmo ou no próximo, "a fim de produzirmos frutos para Deus (Rm 7,4), isto é, frutos de vida. São Francisco recomendava assim: "Alem disso, façamos frutos dignos de penitência" (Carta a todos os fieis: FF 190). É do fruto de Francisco penitente, escreve São Boaventura: "A partir de então, a vinha de Cristo (= a Igreja) começou a produzir ramos perfumados peolo bom odor do Senhor e frutos abundantes com as flores suaves de graça e de santidade" (Legenda Maior, FF 1072). São João da Cruz afirma: "É, na verdade, mais precioso diante do Senhor e da alma e de maior proveito para a Igreja um bocadinho de puro amor do que todas as outras obras juntas" (Cântico Espiritual B, estrofe 28).