sexta-feira, 19 de agosto de 2016

                                           PENSAMENTOS

                                          (Dos ensinamentos de Jesus à Irmã Consolata) 


         Consolata, sabes que te amo! Vês? O meu Coração é divino, mas também é humano como o teu; por isso, tenho sede do teu amor, de todos os teus pensamentos; quero-os todos.
         Pensarei em tudo; e tu pensarás só em mim. Tenho sede do teu amor; por isso, nenhum pensamento, pois seriam espinhos na minha cabeça.
         Dá-me todas as tuas palavras, quero-as todas; quero um silencio contínuo, quero-te toda minha.
         Faz sempre silencio e sê avara até das palavras necessárias; em vez delas, dá um sorriso a todas e conserva sempre o teu rosto com um sorriso.
         Esquece tudo e todos, e pensa em amar-me cada vez mais, concentra todos os teus pensamentos, palpitações e silencio, nesta única coisa: amar.
         Diz adeus para sempre a todos os pensamentos e a todas as palavras. deixa que todos façam o que querem; se te mantiveres em mim , darás muito fruto porque agirei em ti.
         Que todo o teu cuidado seja estar bem unida à "videira", nunca te separando de "Jesus só" nem sequer com uma palavra não pedida.
         Repara, Consolata, os pensamentos que te surgem sem os quereres não são infidelidade.
         Deixo-te a luta contra os pensamentos inúteis, porque é meritório. Quando só se deseja amar, amar, tudo o que impede este amor torna-se meritório, percebeste?
         Permito esta luta atormentadora de pensamentos que te oprime porque me dá glória e almas. Oferece-me a cada instante - com um "Por ti e pelas almas!" - os pensamentos que não queres e que despontam continuamente, desde que acordas até adormeceres, para te impedir de amar, que Eu transformo-os em graças e bênçãos de almas.
         Olha, o que o inimigo quer é impedir-te de fazer o acto de amor contínuo. Por isso, toda esta luta perturbadora de pensamentos. Qualquer pensamento - nem que seja bom - lhe basta, desde  que não me ames.
         A virgindade de mente torna-te bela e imaculada, o acto de amor contínuo (torna-te) ardente como te quero!
 "Jesus, Maria, amo-vos, 
                                                           
                                                                  Capítulo V
 
                          Resposta a algumas perguntas
36. Praticar o incessante ato de amor
pode tornar-se opressivo para o espírito?

      1. Ninguem poderá negar que praticar o incessante ato de amor exige um esforço incomum de vontade e de energia e, que, portanto, custa à natureza humana. Não se deve, porém, esquecer que, na ascese espiritual, tudo custa, mesmo um só passo na virtude. De fato, "o Reino do Céu tem sido objeto de violência e os violentos apoderam-se dele à força" (Mt 11, 12). Jesus não apresentou a Irmã Consolata o ato incessante de amor como um alívio, mas como uma cruz na qual deveria realizar o seu holoccausto de amor e de dor pelas almas.

         2. Não se pode afirmar de modo absoluto que seja opressivo para o espírito, mas deve-se distinguir:

         a) Este ato é não só opressivo como até não tem sentido para as almas que se esqueceram de Deus, que nem sequer têm uma palpitação de amor por Ele. Seria como pretender  que um morto caminhasse. Estas almas precisam de voltar  a receber a raça com uma boa confissão.

         b) Este ato, em vez de oprimir o coração das almas que se empenham nas virtudes, dilata-o numa mais ampla respiração e faz experimentar, com a Bondade de Deus, a sua Fidelidade inalterável.

         c) Quando a alma que cresceu no amor é elevada ao grau do amor perfeito, ela encontra neste ato a expressão mais bela da vida. Para estas almas sinceras e fortemente decididas a viver a vida de amor em toda a sua perfeição, o incessante ato de amor representa, em vez de uma opressão, uma verdadeira "libertação" de espírito. Prova-o a experiência feita por algumas "Pequeníssimas" Enquanto antes torturavam o seu espírito na procura de um caminho, de um meio para satisfazer o seu desejo de amor e de almas, agora sentem-se plenamente realizadas, realizadas, livres e felizes. No "pequeníssimo caminho" e ainda  mais no incessante ato de amor, elas encontraram  o que afanosamente procuravam. O ato de amor tornou-se de tal modo a vida da sua vida espiritual, que já nao poderá enfraquecer, ja nao poderá sentir um vazio insuportável, quando acontece descurá-lo.

         3. De resto, Jesus não exige a todas as almas na mesma medida e, mesmo entre as "Pequeníssimas", há uma infinidade de graus na perfeição do amor. Alem disso , Jesus oferece a ato de amor, embora apenas frequente, à grande maioria das almas (Angiolette - Anjinhos).

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