terça-feira, 23 de agosto de 2016

                     
                      37.  Praticar o incessante ato de amor
                     pode impedir a ação da graça na alma?

      1. É um erro crer que o exercício do incessante ato de amor se oponha, mesmo que pouco, a ação da graça na alma. É precisamente o contrário.
      2. Cada ato de amor é fruto da própria graça enquanto inspirado pela graça e feito com a ajuda da graça (20). Conclui-se que a prática do incessante ato de amor é, em si mesma, um exercício de incessante correspondência à graça.
     3. Se cada ato de perfeito amor atrai para a alma o Criador e o dador da graça (cf. Jo 14, 35), que dizer da alma que se esforça por fazer do seu dia um incessante ato de amor perfeito?
     4. A primeira condição indispensável para que a alma dê muito fruto de santificação é a união a Jesus (cf Jo 15,5); e é o amor que opera essa união. A alma que se esforça por amar incessantemente não pode deixar de chegar a uma perfeita intimidade de amor com jesus e, portanto, á obtençao e à perfeita das virtudes.
     5. A correspondência à graça divina será tanto mais perfeita quanto mais a alma se esforçar por manter-se recolhida e silenciosa em Deus para perceber as mais pequenas vozes ou inspirações da graça. Que meio é mais eficaz do que o incessante ato de amor virginal para manter a alma neste virtuoso silêncio interior e exterior, nesta contínua vigilância de amor?
    6.  A Irmã Consolata podia testemunhar acerca de si próprio, referindo-se à sua vida de Capuchinha, de nunca ter dito "não" a Jesus, de nunca ter deixado passar inutilmente uma única inspiração da graça. A sua vida é precisamente testemunha das maravilhosas graças que a graça pode operar numa alma que se esforce por estar incessantemente unida a Jesus com o amor.
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(20) Cf. 2Cor 3,5: "Não é que sejamos capazes de conceber do conhecer alguma coisa como de nós mesmos; é Deus que provém a nossa capacidade."

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